Todos nós estamos experienciando uma sensação de que existe cada vez menos tempo, de que estamos correndo cada vez mais para dar conta das tarefas do dia. Será que a Terra está girando mais rápida e por isso temos menos tempo no dia? As pesquisas mostram que nos últimos 12 meses a Terra girou apenas 0,29 milissegundos a menos que as 24 horas. É claro que essa diferença insignificante não explica a forte sensação de menos tempo que todos sentimos. O que está acontecendo é que o ritmo da vida atual é muito mais acelerado que nos anos anteriores. E essa aceleração continua aumentando cada vez mais. A causa é que as mudanças tecnológicas estão ocorrendo num ritmo nunca visto e afetando a vida de todos nós.
A cada dia temos novas inovações em muitos campos da atividade humana. Mudanças que afetam tremendamente como trabalhamos, como nos relacionamos e, portanto, como reagimos a essas mudanças aceleradas. Considere, por exemplo, a introdução do “smartphone” na vida de praticamente toda a população. O trabalho, que antes se restringia ao horário da jornada de 8 horas, agora se estende por todo o dia, atingindo praticamente 16 horas. Se trabalhamos com vendas de qualquer produto, estamos respondendo a pedidos a qualquer hora do dia. Se trabalhamos para uma empresa, estamos respondendo às solicitações do chefe também a qualquer hora.
Além disso, estamos envolvidos com as solicitações dos amigos e conhecidos, respondendo a mensagens e convites para atividades. Estamos continuamente envolvidos com as mídias sociais, enviando ou respondendo mensagens. Parentes e amigos com os quais interagíamos uma ou duas vezes por semana, agora interagimos 20 a 50 vezes por semana. As mulheres que antes cuidavam apenas da casa e dos filhos agora, além disso, possuem um emprego, e a maioria dos homens não as ajudam a cuidar das tarefas domésticas.
Esses são apenas alguns exemplos de muitas outras mudanças, provocadas pelas novas tecnologias, que afetam diretamente a aceleração da vida moderna e, portanto, a sensação de que temos menos tempo.
Como reagimos a essa aceleração?
Ao tentar acompanhar esse novo ritmo e dar conta de todas as novas tarefas do dia nos sentimos cada vez mais estressados. O estresse é a doença do mundo moderno. O estresse cria inúmeros problemas emocionais, mentais e físicos. Existe um número enorme de pesquisas científicas que mostram os efeitos negativos do estresse no corpo humano.
Outra consequência que surge desse ritmo acelerado, e que é muito mais profunda, é o sentimento de insegurança. Como tudo muda tão rápido, não temos certeza de mais nada. Tudo está ameaçado. O nosso emprego pode se tornar obsoleto a cada momento. O nosso negócio pode se tornar irrelevante a qualquer hora num mundo que cria novas formas de produção a cada dia. A tensão criada por essas constantes ameaças coloca em cheque a nossa própria sobrevivência e a de nossos entes queridos. Quando a própria sobrevivência é ameaçada entramos no instinto mais básico que é o de lutar ou fugir.
Se adotamos a estratégia de lutar respondemos a essas mudanças acelerando ainda mais o ritmo. Trabalhamos freneticamente, realizamos todas as tarefas com mais eficiência, economizamos tempo em cada atividade para dar conta de tudo. O resultado é mais estresse. Não vemos mais as pessoas como seres humanos, mas como obstáculos à nossa corrida. Não temos lugar para a empatia, a compaixão e o amor.
Se adotamos a estratégia de fugir, respondemos a essas mudanças entrando em colapso. Nos sentimos deprimidos, esgotados, fracassados. Somos acometidos por uma tristeza profunda, desânimo, pessimismo, baixa autoestima. A depressão é muitas vezes acompanhada por um aumento das discussões conjugais. Os cônjuges de pessoas deprimidas têm tendência a ficarem frustrados com a incapacidade do cônjuge de reagir e sair da depressão. Quando os pais entram em conflito, devido ao cônjuge deprimido, isso afeta negativamente a qualidade afetiva com os filhos.
Tudo isso junto cria uma crise espiritual. Não sabemos mais qual o nosso lugar no mundo. Perdemos a conexão com a vida. Tudo parece sem sentido e desesperador. Enfrentamos dúvidas profundas sobre o nosso valor pessoal, as nossas escolhas e o futuro. Não encontramos alegria na vida, tudo parece pesado e difícil, sem solução.
Como podemos responder a essa situação de outra forma, mais sadia e construtiva?
A única maneira de sair desse dilema e enfrentar esse sentimento coletivo de desespero e perda de sentido é encontrar dentro de nós algo que dê sentido à nossa vida, algum lugar onde possamos relaxar, descansar e recarregar nossas energias.
Além disso, somos seres sociais. Necessitamos da presença do outro, precisamos de amigos, de participar de encontros sociais, encontrar pessoas, trocar experiências. Não vivemos no vácuo, mas em uma comunidade. As nossas escolhas, como vivemos nossa vida, o que vestimos, comemos, o que fazemos, depende muito do grupo social que convivemos. Portanto, se queremos encontrar uma solução duradoura e viável para o dilema da aceleração do ritmo de vida, temos que fazê-lo com um grupo de pessoas. O sentimento de pertencimento a um grupo que compartilha os mesmos valores, nos dá a coragem e a motivação para viver de uma forma mais sadia e plena de sentido.
A solução é, portanto, uma resposta dupla. Ao nível pessoal e ao nível coletivo.
Ao nível pessoal temos que descobrir nossa natureza original. Quem realmente somos além dos condicionamentos que recebemos em nossa infância? Qual a nossa face original antes de qualquer personalidade que nos foi dada pela sociedade? Chegamos aqui nesse planeta como consciência pura, e aos poucos, fomos criando uma personalidade, um ego, o qual é o reflexo do que a sociedade diz que somos. Se as pessoas nos dizem que somos uma criança obediente, bem comportada ou uma criança levada, desobediente, é assim que construímos nossa personalidade. Vamos acumulando tudo que é dito a nosso respeito e então nos tornamos aquela pessoa. Nesse processo de condicionamento esquecemos da nossa face original, da nossa consciência, de quem realmente somos.
A personalidade é como uma marionete respondendo aos cordões dos condicionamentos controlados pela sociedade. A personalidade é capaz de matar outro ser humano e se sentir justificada quando o cordão do condicionamento religioso, ou ideológico, ou moral, ou outro qualquer, é puxado. A personalidade é escrava, não é livre. Corremos como loucos para realizar tudo o que a sociedade nos diz que temos que realizar, ou nos sentimos derrotados, deprimidos se não conseguimos responder a esse ritmo. Acumulamos mais e mais objetos para responder aos puxões dos cordões da sociedade de consumo e não sabemos mais qual o sentido da nossa vida. Vivemos rasos, planos, sem profundidade, apenas na dimensão horizontal. Vivemos sem uma dimensão vertical, sem uma espiritualidade autêntica que nos conecte com nossa origem divina.
Ao nível coletivo temos que nos rodear de pessoas que valorizam a espiritualidade. Pessoas que também querem encontrar uma solução para esse dilema da aceleração, que se recusam a viver em estresse ou deprimidas. Pessoas que valorizam a vida e dedicam tempo para atividades que preenchem o coração e o espírito. Pessoas que estão dispostas a se livrarem dos cordões dos condicionamentos para viver de uma forma autêntica.
Propomos uma solução para esse desafio da espiritualidade na atualidade.
A meditação é a única prática que nos permite ir além dos condicionamentos da mente e encontrar nosso verdadeiro ser, nossa face original. A meditação é uma prática independente de crenças religiosas ou ideológicas. É um método científico de exploração da consciência. Portanto, pode ser praticada por qualquer pessoa. Hoje em dia existem inúmeros tipos de meditação, para relaxar, para dormir melhor, para desempenhar melhor nos esportes, para aumentar habilidades psíquicas, etc. Embora todas elas sejam boas e podem ajudar a quem pratica, não é dessa meditação que estamos falando. A meditação foi originalmente criada como um método para acordar espiritualmente. Acordar, porque do ponto de vista espiritual estamos adormecidos. Estamos continuamente envolvidos no mundo da mente, dos pensamentos, das emoções. Vivemos como sonâmbulos, sem conhecer a nós mesmos. Por isso estamos adormecidos. A meditação que pode nos libertar, é a meditação que nos acorda desse sono hipnótico da mente. É a meditação que nos leva além da mente para conhecer nosso ser original, nosso ser autêntico, antes de qualquer condicionamento. Eu chamo essa meditação de “Meditação Acordar Espiritual”.
A nossa proposta é um grupo que se reúne online para praticar essa meditação. Nessa meditação não estamos praticando para alcançar algo no futuro, mas estamos ingressando aqui e agora num espaço além da mente, no espaço da nossa própria consciência. Estamos praticando estar acordados agora e não em algum momento do futuro. O grupo se torna o nosso suporte coletivo, que nos apoia e nos incentiva a continuar a criar um mundo melhor, mais humano, mais amoroso, mais consciente. Quanto mais consciente ficamos, mais livre nos tornamos dos condicionamentos sociais. Nos tornamos seres livres, amorosos, criativos, em profunda comunhão com a vida.
Fica aqui o convite para se juntar ao nosso grupo de meditação online.
Gyano Faria. Whatsapp 48-991260476
Para experienciar uma amostra da meditação online acesse a página:
https://escolademisterio.com.br/meditacao